Falência: Consequência da má administração do capital de giro.
Olá Pessoal!! No vídeo de hoje vou responder uma pergunta sobre capital de giro nas empresas, como é calculado e qual a importância em administrá-lo de forma eficaz para o sucesso das empresas. Bem, no JK responde de hoje vou responder a pergunta do Paulo Lucio Oliveira Junior: Gostaria de pedir dois temas a serem explicados pelo senhor, se possível: 1) análise de ativos intangíveis e 2) capital de giro nas empresas. Muito obrigado pelo canal e pela boa vontade de explicar.
Paulo, quanto a sua primeira pergunta sobre análise de ativos intangíveis tem dois vídeos aqui no Canal que explico sobre o assunto, vai aparecer no card aqui acima. Vamos ao capital de giro nas empresas.
A administração do capital de giro é talvez o fator crítico de sucesso mais negligenciado pela gestão da empresa, seja por não estimá-lo de forma precisa, seja por não seguir a risca sua administração na gestão do dia-a-dia. O capital de giro nada mais é do que a necessidade de financiamento da empresa, para pagar seus fornecedores e funcionários, até que consiga transformar os seus produtos em caixa, ou seja, dinheiro.
Tecnicamente é calculado subtraindo o passivo circulante operacional, do ativo circulante operacional. Explico de forma mais simples. Se você retirar a parte que classificamos como financeiro, tanto do ativo circulante como do passivo circulante, sobra o que chamamos de operacional, ou seja, que se relaciona com a operação da empresa. Para simplificar o entendimento vamos desconsiderar contas como obrigações tributárias, acordos e decisões judiciais, e etc, e nos ater as contas relevantes do balanço patrimonial, se você retirar do ativo circulante, o caixa e as aplicações financeiras, sobram contas a receber e estoques, e se retirar do passivo circulante empréstimos e financiamentos, sobram fornecedores e salários. Então do lado do ativo circulante operacional estão contas a receber e estoques e do lado do passivo circulante estão fornecedores (ou contas a pagar) e salários.
Um exemplo com números
Imagine para efeito didático que você tem contabilizado 100 reais em contas a receber e 100 reais em estoques, e do outro lado 50 reais em contas a pagar e 50 reais em salários. Quando fazemos as contas, são 200 reais no ativo circulante operacional, e 100 no passivo circulante operacional, um menos o outro dá o resultado de 100 reais, essa é a necessidade de capital de giro da empresa.
Qual a lógica por trás disso? Imagine agora que essa empresa é uma papelaria, ela comprou cinquenta reais de produtos do seu fornecedor com um mês de prazo para pagar, e tem também 50 reais de salários de seus funcionários que trabalham primeiro para receber depois mensalmente. A papelaria coloca o seu markup nos produtos e os vendem também a prazo, o que já conseguiu vender está contabilizado no contas a receber, e o que ainda não vendeu esta contabilizado em estoque. A grande maioria das empresas, não conseguem vender todos os seus produtos e receber antes que vençam as faturas dos seus fornecedores e a folha de pagamento. Logo elas precisam dessa diferença, desse prazo que ela leva entre vender e receber, e pagar seus fornecedores e funcionários. No nosso exemplo hipotético 100 reais. Esse valor tem que ficar disponível no caixa para cobrir essas obrigações até que ela consiga transformar os seus produtos em dinheiro.
A falência das empresas geralmente está ligada a problemas de capital de giro
Posso garantir pela minha experiência, que mais de 90% das empresas que quebram, é porque tiveram problemas com capital de giro. Umas porque utilizam esse dinheiro que está no caixa reservado como necessidade de capital de giro, outras simplesmente porque nem calculam essa necessidade. Quebram porque na teoria, o capital de terceiros é mais barato que o capital próprio, mas na prática, ao recorrer a fontes de empréstimos para capital de giro no sistema financeiro, elas tomam recursos a juros exorbitantes, jogando abaixo a teoria da estrutura de capital.
Poderá ver o vídeo no youtube Aqui
Aqui no site temos o curso “Classificação de risco de crédito pelas demonstrações financeiras” em que o foco é a gestão do capital de giro e da liquidez – grande causador da falência de empresas. Conheça mais clicando aqui.